
Confusão,
Dilaceração,
Alucinação,
Mutilação…
Pedem-me o específico, o certo, o concreto sem nunca perceberam que tal lucidez é inatingível por ser inexistente.
Quando cornucópias de azul celeste dançam em rodas à volta da Morte, esta deixa de ter onde se aninhar, perde aquela alma que deveria conhecer e, entre a Luz e o Limbo, a Vida passa a ser difusa, desfocada e sustida apenas por fios multifacetados de nylon púrpura por entre os quais a própria Existência brinca de adaga na mão.
E a tal alma, o tal ser, perdido entre a Luz e as Trevas vagueia escondido de tudo e de todos numa tentativa de fuga constante, numa procura incessante de algo indefinido.
Também ele suspenso por pequenas cordas bamboleantes de medo, é constante na fúnebre penumbra na qual não vê luz ou referência. Marioneta da supremacia existencial, tenta controlar o que não é controlável ficando para sempre perdido, vagando entre o Céu e o Inferno, rodeado de sombras e fantasmas… demasiado fraco para a vitória, demasiado forte para a derrota…
Porque a dor pode ser vivida de forma criativa… Mais uma noite… sempre mais uma noite, até amanhã.
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