29 agosto 2008

Pedra Filosofal

"Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."
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- António Gedeão -
(Movimento Perpétuo, 1956)

21 agosto 2008

Dark Love


16 agosto 2008

The prayer of Elizabeth

"Come to me Clouds
may you rise as an evil storm
born to rip them open
let the cover of the night bear
witness and destroy those
who resist so they shall harm me not.
Let the blood of many cleansing me
preserving my beauty eternal.
I pray you."
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- Stay Alive -

14 agosto 2008

Lestat

“(…) Afastem-se de mim, oh mortais que são puros de coração. Afastem-se dos meus pensamentos, oh almas que sonham sonhos grandiosos. Afastem-se de mim, todos os hinos da glória. Eu sou o íman dos condenados. Pelo menos, durante algum tempo. E então o meu coração grita, o meu coração não fica sossegado, o meu coração não desiste, o meu coração não cede…
… o sangue que ensina a vida não ensinará mentiras, e o amor torna-se uma vez mais a minha repreensão, o meu aguilhão, a minha canção. (…)”
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- Lestat de Lioncourt -
(Anne Rice, Cântigo de Sangue)