04 setembro 2006

'bout us

“partimos
de dois pontos comuns para saber
quem de nós é real na sua entrega vivencial
de aspirações.

nem sabemos se a imaginar se pode vislumbrar
um outro eu ainda distante na relação
do que pretendemos
ser.

no entanto, meu amor, as dúvidas chegam
para ameaçar-nos, para estarmos
distantes, mesmo estando de olhos
dentes e nervos
entrelaçados
em sensações
de amor.

quem tem o amor real
o que se faz de rubis d’alma
e não se dá de receita? somos
um rude conflito de interrogações
e não sabemos quem de entre nós
será o primeiro a rasgar
as premissas.

não sei se és quem de facto eu vejo
pena é que o olhar não alcance
o que a alma dita, que mesmo rindo
se pode dizer adeus
ou se enterrar
a esperança.

pouco falta para dizer-te amor
que a nossa vida tem sido um jogo da sorte
e temos em nossas mãos
os dados à espera
que rolem sobre
o chão da exis-
tência.

será que ganhamos
em discutir quem de nós
apunhalará o sentimento que acreditamos
estar a erguer? Ou valerá
a pena que este instante
seja esticado como um balão
em recordações
infinitas?”

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