31 maio 2007

In' cause

“(…) O dia seguinte era sempre um anjo: compreendia que todos o aguardavam sem dele nada esperar e, torcendo o coração até ficar azul, tornava-se fresco, líquido, sem ninguém a persegui-lo. (…)
Reconhecer-se-ia a intranquilidade, porque não poderia nunca explicar-se, pelo que dela se movia e não bastava. No que era bom se confiava. No que era inútil a pele não acordava nem ardia.
Leve, assim, o sono prometia. Cedo teria a água de cantar, sem que a mais lenta palavra se entendesse. A uma outra carta o silêncio respondeu. Quando o vento for útil, dizia-se, alguém terá partido mas só esse saberá, ao certo, o caminho de regresso. (…)”
- Joaquim Pessoa -

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