03 outubro 2007

[Thee] Prince of Darkness

Siderada no limiar entre a fantasia e a realidade, doía tanto desejo! Era a demência da alma aninhada no reencontro do conforto do corpo.
Porque, chegado da furtividade atrevida daquele momento, é a encarnação perfeita do conto de fadas original; esculpido do mais puro mármore, ostenta a vida na sua simples essência.
Porque existes! E, com mãos trémulas de sonhos abandonados, tacteei espectros de uma existência adormecida e, segura e lentamente, reencontrei-me nas coordenadas de ti.
Esmeraldas desenhadas a pastel... entrançaste o tempo e a loucura e, febril, já não discirno o sonho da realidade, já não percebo onde acabo e onde começas... plenitude existencial de quem não pode sentir mais, de quem não ousa pensar, de quem alcança o impossível.
Cubram-me os olhos e continuarei a ver-te com a nitidez inocente do olhar de uma criança; sem audição, continuarei a ouvir a respiração profunda e ousada que me embala as madrugadas; sem olfacto, continuarei a sentir cada partícula desse odor onde me perco e me encontro; sem paladar, sem tacto ....sem qualquer sentido, bastar-me-á fechar os olhos para, no silêncio da escuridão do meu desejo, sentir-te em cada poro de mim e percorrer-te lentamente no suave e arrebatador encantamento que nos une.
Por tudo isto, e tudo o que não ouso escrever...
Amo-te.

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