14 setembro 2008

Armand 'n Lestat - the embrace

“(…) Olhei para Lestat, que não se movera, o cabelo um pouco acido sobre o ombro esquerdo, tal como dantes(…).Lentamente, afastei-lhe o cabelo com maior ternura e apercebi-me numa silenciosa perturbação que uma das minhas lágrimas lhe caía sobre o rosto.Era vermelha, porém aguada e transparente (…).Todo o peso dos seus desgostos me parecia inimaginável, no meu espírito, a sua noção expandia-se para incluir a tragédia de todos nós, daqueles que matam para viver e que prosperam na morte, mesmo quando a própria Terra a decreta, que são amaldiçoados com esse conhecimento e que sabem de que modo tudo aquilo que nos alimenta agoniza lentamente, deixando de existir. (…).Lentamente, encostei os lábios à sua pele pálida e acetinada, respirando o inconfundível cheiro e sabor, doce e indefinido, profundamente intimo, formado por todos os seus dons físicos e por aqueles que depois lhe foram conferidos, enfiando-lhe os meus caninos aguçados pela pele, de modo a provar o seu sangue. (…).Era espesso como mel, de sabor profundo e forte, um xarope para os anjos. (…).A cada lenta batida do seu coração saía outra golfada, de modo que tinha a boca repleta e a garganta involuntariamente inchada. O som do seu coração tornava-se mais alto, enchendo-se a minha visão de uma neblina avermelhada(…).Lestat não se mexera. Sabia que não. (…)”
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- Anne Rice -

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