06 fevereiro 2006

Delírio 1º - o começo

Porque a lua nasceu…
O rosto desejado que surge brilhante de luz na multidão anónima que deixou de existir,
O olhar que se cruza na casualidade provocada por quem espera ardentemente,
O toque que acalma a alma e acende a esperança de quem existe na incerteza,
As palavras, melodia embriagada pelo fluir atrapalhado dos sentidos,
O colo, abrigo alcançado que eterniza o momento que se deseja que dure para sempre…
…Porque a lua nasceu…
E trouxe a esperança,
Trouxe o sonho,
Trouxe o sentir,
Trouxe a paz,
Trouxe o momento,
Trouxe o eterno,
Trouxe o amor,
Trouxe-te a ti! …utopia de sentir e de viver.
Porque a lua nasceu…
Amei-te sem saberes!
E tudo acabou, sem sequer existir.
O rosto surge na escuridão provocada por dois olhos que se fechem,
O olhar é único, vazio e distante nas recordações que ancoram a vida,
O toque surge como queda do sonho tão recente e tão distante,
As palavras são silenciadas pelo medo de quebrar uma ilusão,
O colo é distante mas ainda sentido…
…Porque a lua morreu…
E agora apenas restam estes delírios de nós.

Nenhum comentário: