13 junho 2006

Da lentidão...

"Estou onde o tempo passa lento,
contando horas que se repetem como cada dia.
Mais um dia ou apenas um dia? (...)
Tenho o grito abafado que alcança só os que me rodeiam
e já não mais precisam saber, já sabem!
Ah, se eu pudesse... (...)
Sim! Consigo pensar e ainda sorrir
em saber que o fim não é só imaginário,
teórico - é real, é prático, é o tão esperado descanso eterno.
Mas enquanto isso, permaneço onde o tempo passa lento... (...)
O vulto de um sonho
abandonado ao lado dos momentos
em que se troca por memória,
em que se troca os pormenores,
pelo que pudermos inventar,
em mentira feita vista, feita história,
feito o teatro, feito o caminho (...)
Tempo-intento insanidade...
se esperamos, é em vão
se não há paciência, ganhamos a razão
de ser assim lúcidos,
lépidos, lastro louco
insinuando a negação,
verso de versão versada num tal momento
que é fingimento ou alimento para os sonhos
O resto é resquício reles, raptado,
esquecido atrás do torpos da vida,
coagido frente ao nada que é mentira
de conter-se no espaço do momento,
deste tempo a passar tão lento quanto as palavras de um poema."

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