08 outubro 2005

Chega...


"(...) Cansava tanta segurança. Era o sítio do sangue, cuidado de ninguém se olhar nos olhos. Havia muito tempo que a quietude era alimento compartilhado. (...)
O silêncio substituia os gestos e os olhos sabiam-no. O tempo tornou-se abrigo aquoso, cristalizou selvagem, vegetal. Por vezes só a tempestade resultava um safanão encolerizado que (...) mexia na fome das palavras.
Tudo o mais era observação, exame, cruel austeridade.
As lembranças fingiam-se pobres ou apenas doíam como pontadas que se dissimulavam. O medo continuava ali enraizado como coisa a acrescentar á vida de cada um dos vivos. (...)"

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