26 março 2006

"Breve história do amor"

“(…) Um dia pediu-a em casamento e a Maria aceitou, porque, embora não estivesse apaixonada, gostava dele (…)
(…) meu avô paterno (…) achava inteiramente absurdo que duas pessoas se casassem por paixão , “Não se diz que alguém está lúcido de paixão”, repetia: “Diz-se que está cego. A paixão pode comparar-se a um estado de embriaguez (…) Da mesma forma que não é permitido conduzir embriagado parece-me lógico que fosse proibido casar apaixonado” (…) No altar: “Está apaixonado por esta mulher?” (…) “Então volte aqui quando isso lhe passar…”
(…) Maria apaixonou-se por um jovem fotógrafo (…) telefonou-me a meio da noite: o que faço agora amiga?
(…) Disse-lhe que o amor é um caminho arriscado, sim, e que nem sempre leva à felicidade; disse-lhe que quem escolhe um amor e uma cabana quase sempre fica apenas com a cabana (…) e depois disse-lhe:
Atira-te amiga! Se não te atirares viverás até ao fim atormentada pelo horror de teres passado ao lado da vida.
Se não der certo, paciência. Ninguém me pode exigir bons conselhos a meio da noite.”

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