13 julho 2006

Da lucidez...

“Deitado em um canto chorou toda dor que o faz sofrer. Numa graça repentina sentiu o alívio dos que pensam ser livres, mesmo sabendo que seria momentâneo. Buscava forças em algo - precisava sentir que seria compreendido. Chorou e gritou sem se preocupar com os que viam e ouviam. Sua aflição insistente permanecia como se já fosse parte de sua miserável existência. Sonhou com uma vida de glórias e sorrisos e agora se via ali (...) Sabia o por quê chorava e se orgulhava de saber. Via cada gota de suas lágrimas como resquícios da sabedoria que havia adquirido até então. Surpreendeu-se quando entendeu que ali, naquele momento era único: único homem, única força, única resposta. Enxugou as lágrimas e, com algum esforço, postou-se em pé. Soltou um longo suspiro demonstrando-se exausto de tanto lamentar ter nascido. Seus olhos voltaram a lacrimejar, mas agora por sentir que aquilo não o tornara fraco, mas forte o suficiente para continuar traçando linhas de conhecimentos (...) e formando mais homens que, assim como ele, choram por serem lúcidos."

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